Comprei no meu armário – desconstruindo mitos

Se há uma coisa que eu acho bom na minha vida é o fato de morar em BH, mas ter raízes no interior. Ainda não contei aqui, mas sou de uma cidade chamada Barroso, localizada entre São João Del Rei e Barbacena. É pra lá que eu corro sempre que preciso do tempo passando mais devagar. Como diz a música da Marisa Monte: “paraíso se mudou para lá.” Pelo que me lembro do último censo, a cidade tem uns 20 mil habitantes, mais ou menos.

E o que isso tem a ver com post de guarda-roupa? Bem… Tem a ver que, quando a gente cresce no interior, cresce também com alguns conceitos um pouco distintos dos de quem é criado na capital. Nem certos nem errados, apenas distintos. Não que BH seja assim tão diferente, já que estamos falando de Minas Gerais, mas você entende o que eu quero dizer.

Pra citar um exemplo, eu sempre ouvi falar que calça social, ou de alfaitaria, só combinava com outras peças também sociais, tipo camisa, blazer, etc. Alfaitaria com jeans era inaceitável. Com os acessórios, a afirmação se repetia, serviam apenas os sapatos de salto. Tênis, nem pensar. Das sapatilhas… Bom, delas não posso falar porque não me lembro. Acho que não “usava”.

Hoje, com o acesso à internet, as referências já devem ter mudado. De qualquer forma, esse é um relato do que vivi, ok?!

Então a gente cresce, sai pra fazer faculdade e vai amadurecendo e aprendendo a observar as pessoas. De repente, a gente se pega admirando alguém que usa tudo ao contrário do que seria de costume. E acha lindo! E percebe o quanto as regras impostas ao nosso armário limitam as possibilidades de se surpreender com o que ele oferece. No fundo, não há fórmulas, só autoconhecimento e vontade de experimentar. Se a gente se sente bem, encara. Caso contrário, bora recombinar tudo de novo?

Tudo isso pra falar que calça social pode combinar com malha, sim. Pode combinar com sapato sem salto, tênis e com o que mais a gente estiver disposta(o) a tentar.

E assim ficou a produção 03.

Só pra já ir introduzindo o próximo post, note como o tom de amarelo caiu bem sobre a cor da minha pele. Ah… As cores! Você  ainda vai ver como elas podem ajudar a gente! =D

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Comprei no meu armário: roupa pra reunião de equipe

Eu queria ter postado antes, mas você sabe que eu adoro um falatório e, sem ele, a imagem sozinha não teria graça nenhuma, né?!

Eu ia falar de todo o processo de consultoria pelo que passei, mas resolvi postergar um pouquinho e deixar uma tarefa pra quando você estiver de bobeira em casa.

Assim, você já parou pra observar o seu armário? Não digo a observação de quem abre meio dormindo pela manhã, mas a observação de quem analisa como quem quer descobrir o que há por trás daquele monte de peças. Já?! Se sim, é um caminho. Se não, eu recomendo. A gente descobre um monte de coisas que não sabia. Uma forma de começar a desvendar nosso estilo.

Eu fiz isso há um tempo e fui observando padrões de compras inconscientes. No meu armário, por exemplo, só tem saias de cós marcando a cintura e de comprimento, no mínimo, um palmo acima do joelho. Tem muita coisa cinza, bege, branca e preta. Quando há estampa, a padronagem geralmente é xadrez, listrada ou de bolinhas. As calças jeans estão sendo gradualmente substituídas pelas coloridas e as calças preferidas também têm cós na altura da cintura.

Cintos e adereços de pescoço são os acessórios preferidos. E são mais coloridos também, assim como os sapatos. Tem uma paixão por blazers crescendo e outra já desenfreada por camisas brancas, que por sinal uso bem pouco. No meu armário não tem renda nem spikes. Não tem roupas muito decotadas e ainda tem bastante malha e algodão. Tem muitos vestidos que também marcam ou são marcados na cintura. Poucos shorts e bermudas. Muitas golas. Adoro golas!

Meu guarda-roupa tem algumas peças que não combinam entre si, mas é importante que eu consiga administrá-las nas situações em que preciso. No dia a dia, meu trabalho não exige formalidade extrema, mas em reuniões de equipe em que os gestores dos colégios estão juntos, sim. É quando eu preciso contrariar a genética, evitar a meiguice e deixar a função “coordenadora” falar um pouquinho mais alto. Ainda assim, eu tenho que ser a Ana. E é o amarelo do sapato que vai dizer isso por mim. 😉

paleta cinza+amarelo

Tenho feito alguns desenhos de moda e observado mais as proporções dos corpos das modelos nas revistas. É um exercício bacana de se fazer com a gente mesma, pois ajuda a identificar o que está nos deixando em desarmonia com o espelho. Note que, no caso acima, a saia muito alta alongou meu tronco inferior, o que pode causar a ilusão de que sou mais comprida da cintura pra baixo. Ao mesmo tempo, esse tipo de saia é ótimo pra quem tem o tronco inferior mais curto, pois ajuda a equilibrar as proporções.

Outra observação no armário foi o número de calçados de gáspeas (aquelas partes de cima, que cobrem os dedos) curtas/baixas. Como sou baixinha (1,63m) ter a parte de cima dos pés mais à mostra ajuda a “alongar” as pernas.

Bem, por hoje é só. Os posts estão saindo em doses homeopáticas porque estou desenvolvendo um projeto que tem me tomado um bocadinho de tempo. A boa notícia é que, se tudo der certo, logo o projeto vira post também. Torce por mim?!

Agora sim: comprei no meu armário!

Fiquei feliz que o primeiro post tenha repercutido de forma positiva. Prova de que existe um monte de pessoas interessadas em aproveitar o que têm. =)

Quem acompanha o Dona há mais tempo já sabe que tenho formação em consultoria de imagem. Como o tempo tem sido curto para o trabalho, decidi falar um pouquinho dele aqui, seguindo a lógica do “conhecimento só pra mim não adianta”. Além do mais, resolvi começar a trabalhar mais o que tenho, já que a falta de tempo e de raciocínio matinal me fazem optar sempre pelas mesmas combinações, os famosos “conjuntinhos”. É, minha gente, em casa de ferreiro…

Tenho a impressão de que você pensa mais ou menos como eu. A gente quer se linda, quer ser apresentável e aparentar saúde. E quer isso tudo, de preferência, em cinco minutos, porque em tempos de mulheres independentes do século XXI, “time is dream”, literalmente. Estou certa?!

Antes de descer a barra, no entanto, você precisa saber de algumas questões sobre a tag:

1- Não, não é look do dia. O objetivo não é colocar filtros nem fazer poses de editoriais de moda. No máximo uma mãozinha na cintura e olhe lá. O esquema é do tipo “a vida como ela é”. No dia a dia, ninguém vê a gente com filtro vintage. Também é difícil disfarçar as partes incomodantes como em fotos de perfil do face.  Além do mais, o legal da coisa toda é ser amadora mesmo. Senão ninguém vai conseguir fazer em casa. Por isso, câmeras a postos na reta do umbigo, hein!

2- Não mostro o rosto. Sou tímida (mentira, nem sou). Mas também não é o objetivo.

3- Não falo marcas. Em primeiro lugar porque não sou apegada a isso e quase não tenho roupas de marcas famosas. A gente que é do interior cresceu comprando roupa na loja da Cristina, do Luiz e de quem fosse o dono do comércio, sem contar nas peças feitas pela avó <3.  Em segundo lugar porque a proposta não é fazer você querer o que eu tenho, mas ter estímulos para combinar o que você tem. 🙂

Então vamos lá!

Já faz algum tempo. Não lembro se vi em algum blog ou se foi o Fabio que me apresentou o Pictaculous, um site que gera paletas de cores com base em imagens previamente selecionadas. É muito bacana pra quem trabalha com design em geral.

Algumas blogueiras, como a Cris Guerra, por exemplo, já faz o esquema de lançar a paleta de cores junto com a produção do dia. Isso é muito prático, pois dá um norte de como podemos trabalhar com cores específicas, em vez de todas as opções do armário. O Pictaculous nos dá independência nesse sentido, já que assim a gente pode utilizar imagens das nossas pastinhas de inspirações.

Como primeiro exemplo, utilizei uma foto há muito arquivada. Gosto muito das cores, mas a produção em si não me cabe. Digamos que eu seja mais cheinha que a moça da foto. Com o quadril largo que tenho, a saia plissada me deixaria uma bailarina. Nos meus braços gordinhos, a blusa ficaria mais justa. E eu sequer tenho uma bolsa amarela… Mas eu tenho um monte de coisas nessas cores e/ou em tons parecidos.

 E é aí que a brincadeira começa! 😉

1- Separando tudo o que tem de cinza e amarelo no armário. Os tons estão diferentes porque a foto inspiradora está mais rosada (o que amarronzou o cinza), mas as cores são estas:

2- Brincando de combinar isso e aquilo:

 

*O colar não apareceu na foto anterior. Peguei depois.

Comecei pela minha produção preferida, com peças também preferidas. A calça cinza combina com quase tudo o que tenho é já está bem velhinha, mas continua favorita. Blusa de malha pra tirar um pouco a sisudez da alfaiataria e colar de madeira com amarelo pra dar um pouco de vida. Vale falar que, quando coloridas, as unhas funcionam como acessórios. Por isso estão (sempre) vermelhas, pra aquecer um pouquinho. Simples e prático, que nem a vida que eu preciso levar.Totalmente diferente do que a moça usa, mas totalmente adaptado à minha realidade. \o/

Essa foi a primeira de seis produções. Estão todas na pastinha “comprei no meu armário”. De algumas eu gostei mais, de outras menos. De qualquer forma, a gente combina assim: a cada foto, eu vou falando o que deu certo e o que não deu. E assim eu vou fazendo meu exercício de autoconhecimento. E você, daí, vai fazendo o seu. Certo?!

Até a próxima!

Fazendo compras… No próprio armário!

O assunto moda é bem controverso. Há quem ache fútil, quem ame de paixão, quem se escravize e se endivide por uma vida fashion e quem não esteja nem aí pra ela. De fato, o tema é polêmico, sobretudo, porque falar de moda hoje em dia, mais que de arte e cultura, é também falar de consumo, muito consumo.

Quando o assunto é estilo, no entanto, a coisa muda um pouco de figura. Se a gente tem conhecimento sobre quem é, tudo o que veste se torna apenas um atrativo, um estímulo a mais para que outras pessoas queiram saber o que a gente tem por dentro. O consumo já não é prioridade porque, nesse caso, nossas roupas e acessórios passam a ser uma opção a mais de comunicação com o mundo e não um fim em si.

As consultoras da Oficina de Estilo desenvolvem uma campanha bem legal nesse sentido: a “substitua consumo por autoestima”. É bacana pensar que, num universo de proliferação de blogs de moda estimulando o consumo desenfreado, há uma corrente na direção oposta, incentivando o amor próprio e a utilização de tudo o que a gente já tem a favor da afirmação da nossa identidade.

A questão não é acabar de vez com o consumo, mas racionalizar melhor sobre ele e sobre as falsas necessidades que vamos criando. Usar mais a cabeça e a criatividade que fica escondida nela. Afinal de contas, ninguém anda pelado. E já que ninguém anda pelado, o melhor é tornar a prática do vestir-se a mais divertida e personalizada possível, concorda?!  Melhor ainda é se toda a diversão puder ser com o que a gente tem.

Então eu tenho uma proposta. Sempre que rolar uma vontade de algo novo, em vez de ir ao shopping (que eu já não gosto, pra ser sincera) a gente vai fazer as compras no próprio armário, ouvindo nossas músicas favoritas e agradecendo por tudo que já conseguimos colocar ali.  Sem vendedora perguntando se ficou bom, sem medo do espelho do provador e sem gastar nada.

As dicas de como fazer isso começam no próximo post. Espero que goste! 😉

Pendência 29: conhecer o Brechó Ramalhete

Posso falar que foi uma delícia realizar essa pendência?!

Assim, faz um ano que me mudei de apartamento. Desde então, ainda preciso dar aquela volta de reconhecimento do bairro, sabe?! Você anda ali, descobre uma costureira aqui, vê que tem um sapateiro acolá, um armazém de cá, e assim vai…

Há uns quatro meses, peguei na bancada da academia dois cartões que falavam de um brechó numa rua próxima: o Brechó Ramalhete. O cartão era tão bonito que até deixei enfeitando o meu mural, mas até então, nada de criar coragem para conhecer o lugar. Até hoje!

Assim que cheguei do trabalho, fui cumprir minha missão do dia. E gente, que delícia! Fazia tempos que não ia a um brechó. É o tipo de coisa que exige tempo e disposição, um exercício de intensa procura e avaliação de custo-benefício. Fui muito bem recebida pela Rivânia, dona do espaço, que contou muitos casos das peças que ali estavam.

Fiquei impressionada com o capricho de tudo. Limpinho e super organizado (os cabides virados provavelmente foram obra minha). Muita coisa linda, muita coisa antiga e muita coisa nova também. Fiquei umas duas horas por lá.

Os preços variam de R$8,00, nos acessórios, a R$49,00, em algum vestido – como o bege que aparece na foto-. Rivânia contou que lava peça por peça antes de expor, o que as valoriza. E ela também tem um lado super artesã para mostrar os acessórios.

Eu, particularmente, acho que brechós são opções bacanas para sair do “lugar comum” na hora de se vestir. Por isso, quando entro em algum, sempre opto por peças um pouco menos básicas, que têm algum diferencial e aquele arzinho retrô que eu gosto.

Descobri até uma bolsa prima da que eu já tenho. A marquinha (EA) é a mesma.

Até comprei algumas coisinhas que vou usar muito, mas não queria postá-las aqui sem um produção prévia. Desvaloriza. Então a gente combina assim: quando eu tiver um tempinho, vou postar os achados do Brechó Ramalhete de uma forma bem legal, ok?!

E pra quem ficou interessado, o brechó tem um fan page onde a Rivânia atualiza as novidades. Só clicar aqui. O endereço físico é: Rua Ramalhete 100/02Belo HorizonteMG. (31) 3646-1459

Pendência 6: estrear uma calça antiga

Hoje a pendência foi essa: estrear uma calça cinquentenária. E muito especial. Trata-se da calça do terno com que meu avô se casou.

Assim como os objetos da casa, também gosto de roupas que contam histórias. E gosto de pensar em peças eternas e em acessórios que sobrevivem às gerações.

Há uns quatro meses, minha mãe mostrou a calça. “Experimenta!”, disse. Eu coloquei e ficou certinha. A mãe mandou pra tinturaria e me deu. Desde então, todas as vezes que a visito, ela pergunta: “já usou?”.

Agora já!

Aproveitei um almoço especial, do meu casal de afilhados Ricardo e Adriana, para usar a calça pela primeira vez. O mais engraçado, no entanto, foi bancar a modela. Enquanto eu programava a câmera e posava para as fotos, pensava: “ai que coisa mais besta”, rs. Mas para resolver mais essa pendência, tá valendo fazer a #lokadodia!

*Um brinco de copas pra levar boas energias ao casal.

Créditos:

Calça do vô + bolsa da tia Santinha (é o que importa!)

Por outras lentes: 11 dicas preciosas de “A Parisiense”

O guia de estilo de Ines de la Fressange.

Isso tem acontecido cada vez mais frequentemente. Eu penso em pauta pro blog, mas enrolo tanto pra publicar que, quando eu vejo… Prunft, já está em outra página. Decidi que, quando isso acontecer, em vez de deixar de escrever, o título apenas virá com a frase: “por outras lentes”.  Até porque, um mesmo assunto pode ter múltiplas abordagens, né não?! #palavradejornalista

Ontem, navegando pelo blog da Maria Filó, vi exatamente os tópicos que estão na minha cabeça desde o final de semana, quando li o livro em questão. Aliás, agradeço à Silvia, amiga daquelas que presenteia espontaneamente e que nunca erra nas escolhas.

Ainda pretendo falar mais sobre o livro. Mas o que quero comentar agora diz respeito às 11 dicas que a autora dá para que a mulher fique sempre bela. Penso que elas servem para os homens também.

Vamos lá!

Ser asseada (o). Ser limpinha(o), bem cuidada(o). Parece óbvio, mas minha experiência de morar com tantas mocinhas provou que nem sempre isso é colocado em prática.

Ser cheirosa(o).  Gosto tanto do assunto “cheiros” que ainda quero escrever sobre isso. Tenho a estranha (nem tanto) mania de respirar fundo quando passo perto de alguém que parece ter um cheiro bom. Adoro cheiros. E aprendi que um bom perfume ou creme hidratante tem um super poder de levantar a autoestima. Claro que num país tropical como o Brasil – sobretudo nesta semana – nem sempre é fácil manter um cheirinho gostoso, mas que é bom ficar perto de gente cheirosa é.

Ter dentes bonitos. Fazer limpeza de tártaro regularmente. Rs, dispensa comentários.

Sorrir. Pra mim essa é muito fácil. Quem me conhece sabe que dou risada até pro poste. E um sorriso deixa qualquer um mais receptivo. Prefiro as pessoas que sorriem.

Ser indulgente. Em minha opinião, o mais difícil. Saber desculpar as pessoas é um dom, sobretudo num cenário de relações descartáveis e confiabilidade zero no qual vivemos. Liberta-se aquele que perdoa o próximo.  Fica mais leve, portanto, mais belo.

Ser descontraída(o) e esquecer a idade. É engraçado como cada vez mais as pessoas querem simular de fora uma juventude que não condiz com a experiência que carregam dentro de si. Pessoas preocupadas com a idade são mais estressadas. E, sinceramente, não conheço nenhuma intervenção bem sucedida no quesito. Portanto, melhor mesmo é deixar essa coisa de idade pra lá.

Ser mais simpática(o) e mais tranquila(o). Uma relação interessante, já que nem sempre mau humor tem relação com antipatia, mas com tensão. As pessoas estão mais tensas e sérias. E isso destrói a beleza de qualquer um.

Ser menos egoísta. Vejo que pessoas que pensam muito em si são mais infelizes – e mais feias – porque geralmente acreditam que o mundo gira em torno delas. Quer desilusão maior? Nada melhor que ter a noção de nossa pequenez. Que a qualquer momento podemos sumir e que tudo que vai ficar são as coisas boas que deixamos às pessoas.

Estar apaixonada (o) por um homem/mulher, um projeto, uma casa. Isso tem o efeito de um lifting. Quando em Sevilla, a cigana me perguntou se eu estava apaixonada, eu respondi: sempre!  A gente precisa colocar paixão em tudo. E sempre ter algo pelo que se entusiasmar.

Só fazer o que tem a ver com a gente. A perfeita atitude Zen. Essa a gente só aprende com o tempo… Já perdi a conta de quantas baladas erradas, dinheiro desperdiçado e noites em claro eu tive para não desapontar os outros. Isso, claro, na adolescência (talvez até na faculdade). Hoje, porém, raramente hesito em dizer “não” quando percebo que a coisa não tem nada a ver comigo.

Aceitar que existem dias ruins. E aproveitar os dias bons! É aquela história da frase que serve para todas as ocasiões: “isso também vai passar”. E passa mesmo!

Agora uma fala sobre as imagens, gentilmente cedidas pela amiga Mariana Lopes, alfabetizada na França e, por isso mesmo, dona de uma postura toda “parisiense”. As fotos foram tiradas há um tempo pela Taciana Iizuka, hoje dona da TI Fotografia.

Uma segunda chance para a roupa encostada

Post do tipo dever de casa.

Quando o assunto é organização de guarda-roupa, recomendamos que o(a) cliente elimine de seu armário quaisquer peças que ele(a) não utilize há pelo menos um ano. O motivo é bem simples: se nos 365 que se passaram ele(a) não encontrou a ocasião ideal pra usar tais roupas, é bem difícil que a encontre nos próximos 365. Certo? Bem, quase…

A lógica acima está correta, mas há exceções a serem consideradas, como tudo na vida. E é aí que entro com um exemplo do meu armário.

Há uns oito anos, minha mãe viu na novela idealizou  um  modelo de saia e pediu que minha avó costurasse pra mim. A vó fez direitinho. Uma saia caramelo, já que era “tendência”, de tecido flanelado, já que era inverno, e de cós baixo, já que eu tinha 18.

Os anos foram passando e a saia ficou lá, guardadinha no compartimento de inverno do guarda-roupa, rs. E entre uma arrumação de armário e outra, nunca tive coragem de dá-la pra alguém, justamente porque era uma roupa feita pela minha avó. E quer saber? Ainda bem!

Dois meses atrás, passei a mão na bonita e trouxe pra capitarrr. Pra você ter uma ideia de como ela é, decidi trocar a subutilização da minha câmera fotográfica pelo meu traço, simples e um tanto enferrujado, da ilustração. Acho que dá pra ter uma noção:

O modelo é esse mesmo. Envelope na frente e pregueado atrás. (Jih, tá dando pra perceber?)

Oito anos depois, eu vejo que a saia combina mais com o meu estilo hoje que com o que eu tinha aos 18. Claro que houve mudança. Como meu corpitcho “amadureceu” nesse tempo, o cós agora é alto, rs. O comprimento é um pouco maior que o do desenho, bom pro ambiente de trabalho, e a cor é ótima pra combinações.  Feitas as constatações, o restante foi só um empurrãozinho da interneta, nossa amiga.

*Imagens: Reprodução

Aí foi só fazer o exercício de “gradei” e “num gradei”. E veja só quantas possibilidades…

A única dúvida que ficou: qual a cor da saia?

Entre a gostosura e a fofura, rs!

E aí, captou qual é o dever de casa?

Fazendo seu próprio jeans flare!

O jeans flare está para o jeans boca-de-sino assim como a cor camel está para a cor caramelo.

Foto: Jack & Jil apud Honestly…WTF

Abre parênteses

Essas nominações da moda me lembram o cardápio do restaurante universitário da UFV, onde cursei Jornalismo. Num dia, tinha carne moída com legumes, no outro, tinha carne moída à provençal. De vez em quando, o provençal simples se tornava provençal XII. E quando a gente ia comer, o gosto de tudo era igual, mudava uma azeitoninha ou outra. Ou seja, comíamos as mesmas coisas, só que com nomes diferentes, rs.

Fecha parênteses

Implicâncias a parte (com ou sem crase, revisão?), não há nada de errado com os nomes dados às releituras. A gente sabe que as peças que já foram hit em outras décadas nunca voltam do mesmo jeito, principalmente na padronagem. Os corpitchos mudam, gente! E sempre há outros detalhes que vêm comprovar que o desenvolvimento tecnológico da indústria da moda cresce tanto quanto o das demais indústrias.

Mas enfim… O post de hoje tem gostinho de adolescência, aquela fase em que a gente se atreve a ser um pouco estilista pra imprimir nossa identidade naquilo que veste e, por isso mesmo, acaba customizando tudo. E haja máquina de costura da avó pra tanta criatividade! Na minha época, era calça que virava short, que virava saia, que virava bolsa, que virava sei lá mais o quê. A avozinha dava um jeito pra tudo.

E aí que o Stumble me indicou um blog com tutorial ensinando a “fazer” justamente a tal da calça flare por meio da customização.  Então, se você cansou daquela sua skinny e quer dar uma mergulhada nos anos 70 sem gastar muitos dinheiros, a hora é agora!

O crédito das imagens vai para o blog Honestly…WTF, que possui vários outros tutoriais bacanas pra quem gosta de colocar a mão na massa.

Para o projeto flare, você vai precisar de: uma calça jeans skinny; um pedaço de jeans (que pode ser de outras calças); um par de tesouras; um estripador de costuras (que medo!); uma máquina de costura (ou aquela costureira que já faz as barras das suas calças e ajusta seus vestidos) e uma régua.

De resto, acho que as imagens já são autoexplicativas.

Prontinho!

Do fundo do baú

Resumindo as duas últimas semanas:

Eu quis tomar um café e o mau jeito me fez um torcicolo; eu quis estudar estatística e a procrastinação me fez criar um Facebook; eu quis economizar dinheiro e a oportunidade me fez comprar uma mesa de jacarandá; eu quis fazer muitos posts no feriado, mas um trabalho (muito legal) sobre Mídias Sociais me fez adiar. E eis que só hoje consigo um tempinho pra postar algo que não seja alguma descoberta musical.

E o que o fundo do baú tem a ver com isso? Bem…Tem a ver que o post de hoje é pra falar do quanto os baús dos nossos avós, tios e tias podem ser os nossos brechós particulares. Quer saber como? Dê só uma olhadinha:

A moda tem dessas coisas. Vira e mexe reatualiza o passado. E com as bolsas transversais, populares na década de 70, não foi diferente. Muitos modelos estão repaginados.

Agora, sinceramente, apesar do toque contemporâneo das novas peças, um pouco de história a tiracolo tem lá o seu charme, concorda?!

Por isso, a importância dos brechós particulares. Fundo de baú tem ouro!