Recentemente, assisti a um vídeo da The School of Life sobre a importância de se considerar o local de destino como um dos pontos-chave de auxílio ao autoconhecimento e à autotransformação em uma viagem. Concordo! De certa forma, a gente pode usufruir muito mais de uma aventura se tiver a consciência daquilo que está buscando ao planejá-la.
Eu adoro viajar acompanhada. Tenho divertidas recordações de todos os passeios em família, fotos alegres e repletas de histórias daquelas férias com os amigos, frio na barriga toda vez que me lembro do mochilão com minha irmã e ansiedade em cada véspera de cair na estrada com o namorado.
Mas eu preciso confessar: sinto infinito prazer em viajar sozinha. Sozinha mesmo. Estilo eu e Deus, eu e minha mochila, eu e meus ovários. A trabalho ou a lazer, me agrada a sensação de pensar que durante algum tempo estarei em um lugar onde só eu serei responsável até pelas escolhas mais banais.
Viajar sozinho é sempre revelador. É quando temos a oportunidade de encontrar outras versões de nós mesmos. No meu caso, algumas mais extrovertidas e festeiras, outras mais pessimistas e solitárias.
Gosto da sensação de ter ninguém sabendo onde estou exatamente. De reafirmar minha liberdade e poder de decisão sobre os rumos que dou à vida. De observar que o mundo possui infinitas formas de girar, não apenas as que eu vejo. E de saber que ele gira perfeitamente sem mim. É o universo me dando uma trégua e dizendo, entre uma andança e outra, que seria legal se eu fizesse algo de bom por ele, mas que se eu conseguir ser boa para as pessoas à minha volta a vida também terá valido a pena. “Não se preocupe. Vive, moça, vive!”
Então é quando eu respiro sem me perder entre tantas obrigações de ser qualquer coisa mais do que sou. Gosto, principalmente, de saber que continuo dando conta. Sim, eu posso! Sim, nós todos podemos!
Ano passado, depois de dois anos de estudos, trabalhos e projetos, concluí que era hora de uma dessas viagens e comecei a planejar um intercâmbio em julho. Eu precisava melhorar meu inglês, conhecer um lugar novo e descansar ao mesmo tempo. Assim, eu me organizei para tirar um mês inteiro de férias, juntei algum dinheiro e fiz muitas pesquisas.
No dia 4 de janeiro eu cheguei em Malta, um país europeu com cerca de 400 mil habitantes cercado pelo Mediterrâneo, entre o sul da Itália, a Grécia e o continente africano. O melhor destino para tudo que eu queria e de que precisava. Um tema e tanto para as próximas postagens.
Em breve!
Uma consideração sobre “A viagem”