É, minha, gente, cá estou de novo, comemorando os três anos de vida do Dona e prestes a completar outros tantos meus. Dessa vez, não deu pra fazer listas nem cumprir pendências. O tal inferno astral até tentou me pegar, ficou uns dias poucos e depois foi embora, meio sem graça. Mas o fato é que os 29 estão chegando e eu ainda não havia escrito sobre o porquê dos 28 serem tão importantes a ponto de merecerem 31 posts seguidos. A hora é agora!
28 anos, pra mim, sempre foi uma idade referência. Quando eu tinha 19 e algo de ruim me acontecia, eu pensava: aos 28 isso não vai ser nada. Uma desilusão amorosa? Aos 28 isso não vai ser nada. Um “não” numa entrevista de estágio? Aos 28 isso não vai ser nada. Um desentendimento com um amigo? Aos 28 isso não vai ser nada. Não sei o que se passava na cabeça da Ana de 19, mas acho que ela imaginava a Ana de 28 como uma super-Ana. Nada mais seria problema aos 28, a idade imaginária do sucesso.
Assim se passaram os 22, 23, 24… E perdi o hábito de fazer planos depois de concluir que não há quem possa com a dinâmica da vida. Felizmente ou não, nem sempre o que o destino tem pra gente é aquele futuro convencional com o qual fomos condicionados a sonhar. Casamento? Sem planos. Morar sozinha? Sem planos. Viajar o mundo? Talvez um dia.
Até que chegaram os 28. E as questões só mudaram de nome. No entanto, o tempo foi moldando meu modo de ver as coisas. Percebi que não há fórmula para a plenitude e que o melhor mesmo é aproveitar o que tem pra hoje. Não há época que não deixe saudade, ainda que só uma pontinha. Então, quando estou feliz, eu vibro, rio, conto, festejo… Porque sei que mais cedo ou mais tarde a tristeza vai chegar, seja por alguém doente na família, seja pela morte de uma pessoa querida ou por algum outro evento de mesma natureza. E quando a tristeza chega, eu choro, sofro, me desligo e espero… Porque sei que também vai passar. E quando passar, estarei melhor que antes.
Os 28 foram diferentes do ideal da Ana de 19, mas as coisas estão bem e sinto orgulho das minhas conquistas, sobretudo das imateriais. Assumir a própria vida e saber que todas as nossas escolhas só dependem de nós é libertador. E claro, uma vez que já consegui sanar as principais necessidades pessoais e estar bem comigo, é hora de ir para o próximo.
Há algum tempo, encontrei a resposta da pergunta que muitas pessoas nos fazem quando a gente é criança: “o que você quer ser quando crescer?” Bem… hoje eu sei que não preciso ser famosa, que não preciso buscar “estabilidade”, que não preciso realizar o sonho da casa própria nem acumular meu primeiro milhão aos 30 anos. O que eu preciso não tem nada a ver com isso. O que eu preciso é ser boa. Boa naquilo que eu me proponho a fazer, boa para as pessoas que eu conheço e para as que não conheço também. Boa para não desejar bem-feito a ninguém, para não querer retrucar uma babaquice e para respeitar as escolhas do outro. Boa não no sentido de caridade ou inocência, mas no sentido de essência, de ser aquela pessoa de quem é bom estar perto, sabe? Acredite, isso é mais difícil que todas as outras coisas. Um exercício diário que envolve respiração, reflexão, paciência e perdão. E muita oração também.
E sabe aquela história de que o mundo conspira para o que a gente deseja? Pois é, é verdade! Foi assim que, em agosto, fui convidada para integrar um projeto que contribui integralmente com meu propósito de vida. Nathália, uma amiga e colega do curso do MBA, tinha uma ideia emergente e precisava de ajuda para desenvolvê-la. Era algo como intermediar as relações entre pessoas que queiram fazer algum tipo de trabalho voluntário e Instituições do Terceiro Setor.
Impossível não se apaixonar pelo projeto. Teríamos nosso modelo de negócio para apresentar ao final do curso e, mais que isso, teríamos um modelo de negócio social. Teríamos o Voluntário Coletivo. Assim, Bruninha, outra amiga, Nathália e eu, iniciamos a empreitada.
Desde então, tudo tem sido um passo de cada vez. A estruturação do negócio, a presença de colaboradores experientes, a alimentação da fanpage, a construção da página, a edição do vídeo. Estamos num processo de profunda imersão em um novo universo, numa jornada que ainda envolve o trabalho formal e a vida pessoal ao mesmo tempo. Tem sido um momento delicioso, de novas interações e conexões. De acreditar que vale a pena deixar uma marquinha neste mundão louco e acreditar nas pessoas. De ver que “os bons são a maioria”. Mais uma vez, faço aniversário com aquela sensação de que a vida está só começando. E isso não tem preço.
É assim que eu tenho me preparado para a nova e última idade antes de entrar na casa 3, cheia de expectativas e de bons pressentimentos. Aos poucos, vou postando o status de tudo aqui.
Desta vez, sem idade referência. Melhor assim!
p.s: O Dona Drama não vai acabar, só está um pouquinho de lado até eu conseguir me organizar novamente.