DIY para iniciantes: os instrumentos (1)

Disso sim posso falar que sou adepta desde criancinha: projetos estilo “faça você mesmo”.  Ah, como é gostoso passar um tempo inventando moda, seja ao som de uma boa música ou assistindo à novela ao telejornal. O tal do “eu que fiz” oferece uma satisfação de proporções inigualáveis. Além do mais, puxei esse lado da minha mãe, de sempre pensar que não devemos terceirizar aquilo que podemos fazer melhor. Sem contar o lado relaxante da coisa toda.

Sempre gostei dessa seção das revistas. E sempre é o primeiro link que clico quando descubro um blog novo, seja de moda ou de decoração. Na verdade, a qualidade dos projetos faz com que eu continue ou não a ler o blog. É o meu critério, rs.

Acredito que o bacana do “faça você mesmo” é a personalidade que você imprime ao que faz. E por isso mesmo, por mais que contenham a mesma ideia, é praticamente impossível ver dois projetos idênticos. Já até falei disso aqui.

O objetivo do post, no entanto, não é retomar o assunto sobre a originalidade ou não dos projetos, mas ser a introdução de uma série de outros posts sobre DIY – do it yourself. Sei que tem muita gente que adora, mas nunca sabe por onde começar. Sim, porque há toda uma gama de instrumentos por trás do handmade. Ao mesmo tempo, não há nada mais antipático que projetos quase industrializados, do tipo: você vai precisar de uma serra elétrica, três metros de madeira de demolição, uma furadeira, uma pá de coveiro…

Hipérboles à parte, trago aqui o que acredito ser uma das ferramentas mais essenciais e democráticas para quem quer colocar a mão na massa e os pensamentos no lugar: a pistola de cola quente.

Esse brinquedinho é capaz de muitas coisas. Veja bem:

*Imagens reproduzidas (logo coloco as referências).

E ainda custa barato. Um revólverzinho desse sai em torno de 20 a 25 dilmas. Depois é só ir comprando a colinha.

Vai por mim, pode colocar na listinha! 😉

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Novidades com abraço!

Hoje a moça aqui é só felicidade. Acaba de chegar da Espanha uma encomenda deliciosa que atende pelo nome de irmã. A parte de mim que é assim, mais racional, menos coração mole. Já dei uns apertos e umas risadas e guardei um pouco da saudade pra matar no fim de semana.

Enquanto isso, vamos às novidades aqui no blog.

Bem, a primeira delas: se você der um passeio pela barra direita, vai ver os títulos dos blogs que mais leio.

Todos os dias, quando chego ao trabalho, eu preciso de ao menos 15 minutinhos para cuidar das minhas coisas e me preparar para o dia. Essa preparação inclui a leitura de textos e a corrida de olho por imagens que vão me trazer a inspiração para todos os outros afazeres. Isso, pra mim, é tão fundamental quanto o café da manhã. Dia em que eu inicio o trabalho sem uma passadinha no reader não é a mesma coisa.

Quem tem o hábito de ler blogs sabe que nunca se clica nas mesmas páginas. Uma conduz à outra, que conduz à outra, que conduz à outra e assim por diante. Aí estão a maioria da minha lista, mas há inúmeros outros bacanas.

Outra novidade é que agora o blog tem uma fan page, hohoho! Tenho que confessar que eu morria de vergonha de aderir a outras redes porque, como nunca fui muito frequente nos posts, os acessos também não são lá aquela coisa que se diga “nossa, como é bombante o blog da Ana”, rs. Mas como a gente tem que sonhar grande, bora continuar o investimento rumo à perda da timidez virtual. Pra curtir, é só clicar no botãozinho ali do lado, ó.

E só pra concluir, já que hoje foi dia de reencontro e de abraço, uma das minhas pinturas + textos favoritos.O abraço - Pablo Picasso

“(…)Onde, afinal, é o melhor lugar do mundo?

 Meu palpite: dentro de um abraço.

Que lugar melhor para uma criança, para um idoso, para uma mulher apaixonada, para um adolescente com medo, para um doente, para alguém solitário? Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço se dissolve.

Que lugar melhor para um recém-nascido, para um recém-chegado, para um recém-demitido, para um recém-contratado? Dentro de um abraço nenhuma situação é incerta, o futuro não amedronta, estacionamos confortavelmente em meio ao paraíso.”         Martha Medeiros

Há alguns anos vivi em Ouro Preto

Meu primeiro contato com Ouro Preto aconteceu em outubro de 2007, bem diferente de como ocorre com a maioria dos mineiros. Não foi em excursão de escola, não foi em algum dos carnavais da vida nem em prova de vestibular, mas numa entrevista que culminaria em meu segundo emprego.

Frio na barriga, expectativa… Pela quarta vez, em um ano, eu me mudava de cidade. E pra uma cidade da qual nada conhecia. Por ironia, era a única da família que nunca tinha ido a Ouro Preto. Sorte que a madrecita, como em todos os momentos, estava comigo. Subimos e descemos ladeira até encontrar a senhorinha que me alugaria o quarto e sala da salvação, já mobiliado. Pronto, podia iniciar o trabalho!

E assim comecei a descobrir Ouro Preto.

Para os turistas que ali visitam, Ouro Preto é história, arquitetura, romance, poesia, restaurantes aconchegantes, comida mineira, namoradeiras na janela, artesanato em pedra sabão, pedras preciosas, Museu da Inconfidência, Praça Tiradentes, festivais diversos…

Para os estudantes que ali passam alguns anos, Ouro Preto é trote de república, social, rock, CAEM, festa do 12, alugar casa em carnaval,  chapação  e, claro, UFOP…

Para mim, entre tantas outras coisas, Ouro Preto é:

O primeiro pôr do sol inteiramente visto ao som de REM, caminhadas circulares pela praça da UFOP, sapatilhas antiderrapantes nas pedras traiçoeiras, blusa de lã bolorenta, almoço em PFs, sinos despertando aos domingos pela manhã, missa aos domingos à noite, trabalho no festival de inverno, petit gateau da fábrica de chocolate, happy hour no Biz & Biu, trabalhos da (1ª) pós-graduação, despertador às 5 da manhã aos sábados, intensivo de Rocky Balboa (6 filmes em uma semana), filmes da Set palavras, panqueca do Sótão, estandartes no local de trabalho, feijoada do Manjuba às quartas, frio durante a noite, caldo de feijão na Paula, melancolia em dias chuvosos…

A oportunidade de viver como “habitante” fez de Ouro Preto uma cidade diferente pra mim. Um lugar cenário da fase mais intensa e perturbadora ao longo desses 27. Foi em Ouro Preto que vivi o início e o fim da experiência de uma vida a dois. E por mais que não tenhamos controle sobre o futuro, é e sempre vai ser muito estranho pensar que, por querer ficar junto, eu indiquei meu então namorado para a vaga de trabalho com a qual ele perderia a vida um tempo mais tarde.

Estive na cidade um dia depois do acidente, para encontrar a amiga-irmã que tínhamos em comum e seguir para Muriaé, sua cidade natal. A cada passo, sentia como se uma faca de mil pontas perfurasse meu coração, sem exageros. E tinha prometido a mim que jamais voltaria àquele lugar.

Mas quem já viveu em Ouro Preto sabe que ali não se escolhe ir ou não, é a cidade que escolhe te chamar. É algo que não se explica, há tentáculos invisíveis que te puxam e te levam. E assim eu fui criando coragem, até decidir que eu precisava caminhar por aquelas ruas e tirar de mim tudo de ruim que eu carregava. Então, no último fim de semana, chamei uma amiga, peguei o carro e fui.

E foi reconfortante!

Eu pude me lembrar do quanto a cidade é linda e possui um jogo de luz naturalmente encantador. Em Ouro Preto não se precisa de filtros nem de câmeras ultra modernas. Qualquer ângulo, qualquer cantinho rende uma boa fotografia. As pessoas que por ali andam são despretensiosamente sofisticadas e não há local inapropriado para uma boa leitura, um bom café ou uma boa conversa. Um clima cosmopolita que não se encontra em outras cidades de Minas. Ao contrário da depressão previamente calculada por quem conhece minha história, senti a paz que eu tanto precisava. Não foi sem razão que a cidade havia me chamado.

Foi bom voltar e recordar que eu vivi ali, que fiz parte daquele lugar e que toda sua atmosfera também faz parte de quem eu sou hoje. Que, no final das contas, as coisas aconteceram como tinham que acontecer e remoer o que passou só serviria para mais sofrimento.

No último final de semana, reconciliei-me não com Ouro Preto, mas comigo mesma, ao aprender que quaisquer lembranças, sobretudo as boas, serão eternas em mim, não nas cidades.

Ouro Preto é bem mais que um retrato na parede. E já não dói. Que bom!

(…) e que escrever me alivia!

Não! Não vou justificar esse hiato com a falta de tempo. Isso é chato e não é desculpa só minha. Tempo anda sendo artigo de luxo pra todo mundo. A bem da verdade, nem cabe aqui essa questão, pois já faz uns meses que deixei de falar “nós” para voltar a falar “eu”, o que se traduz em domingos 78% mais longos e algumas noites vazias. Só aí tem brecha pra um monte de posts.

Tenho sentido uma crescente vontade de escrever. Mas pra montar as palavras de forma consistente, preciso buscar a clareza de ideias, uma cadência que dê sentido ao que é pensado. Senão fica só um amontoado de letras.

De qualquer forma, vou fazer o exercício.

Há algumas semanas, decidi que meu tempo livre seria sabático. Precisava me organizar internamente, tomar fôlego, pensar um pouco em mim e em tudo o que eu quero daqui pra frente. E no que eu quero com o que eu quero. E no que eu não quero (com o perdão da confusão).

Acredito que é sempre bom dar vez pra esse tal de autoconhecimento. Na verdade, é fantástico, mágico! É no conhecer-se que a gente descobre pedacinhos escondidos, quietos ou adormecidos. Que a gente, de repente, enxerga um lado meio rebelde, que não aceita mais ou menos, nem pouco, nem talvez. Que a gente aprende que é forte e que, no fim das contas, dá conta de tudo, mesmo achando que não dá. Que a gente olha pra trás e vê que já passou por poucas, boas e ruins e, ainda assim, está de prontidão pro que há de vir.

Uma tarefa diária e que sempre rende novidade. Todos os dias, eu descubro algo diferente a meu respeito. Às vezes bom, às vezes não e às vezes no tanto faz. Pretendo manter essa janela aberta, pois é no conhecer-me que eu aprendo a dialogar com uma outra Ana, que eu me acolho e, principalmente, aprendo a me aceitar e a me proteger.

E depois de tanto olhar pra dentro, sinto que estou pronta de novo. Inspirada para as coisas bonitas que vejo todos os dias. Tenho pensado muito no blog e no que eu pretendia quando o criei. Apesar de não me limitar a um só tema, acho que preciso de um norte, de uma linha que vá conduzindo os assuntos. Ainda estou meio perdida quanto a isso, mas sei que vou encontrar um jeito. E também aceito sugestões (hello friends!).

Bom, acho que por hora é só… Alívio! Faltou um final melhorzinho, mas como tá frio e meus pés gelados estão me tirando a concentração, fica pra próxima. O importante era não postergar o post! 😉

Imagem daqui.