Resolvi tirar algumas letras pra falar de um assunto sobre o qual há muito eu tenho pensado e gostaria de escrever.
Queria que você soubesse que, quando eu posto qualquer dos projetos aqui, não é com a sensação de quem tivesse descoberto o fogo ou inventado a roda. Quase nada é ideia minha. Ao mesmo tempo, as coisas têm tudo de mim. E isso é o que as torna únicas.
Quando comecei o curso de desenho de moda, logo na primeira aula, a professora incentivou: “A partir de hoje, quero que vocês tenham sempre papel e caneta em mãos, para que tudo o que tocá-los possa ser registrado”. Mas completou com uma advertência: “Cuidado! Porque não há nada mais medíocre que a cópia pela cópia”.
Desde então, comecei a pensar no quão difícil é a tarefa de não copiar, sobretudo se não temos plena noção de quem somos. No entanto, descobri que tudo fica mais fácil quando fazemos um exercício diário de olhar atentamente as coisas e buscar aquilo que de fato nos brilha os olhos. Aí, deixamos de querer as cópias para ir atrás da autenticidade inspirada, adaptando aquilo de que gostamos ao que vai ficar melhor na e para a gente. É a tal da inspiração. E tamanha foi minha alegria ao ler no meu livro de desenho:
“Quando você abre os olhos para o mundo, descobre que ele tem todo o potencial para despertar sua imaginação. Não desista se descobrir que suas ideias já existem em algum outro lugar. Na verdade, poucas ideias são totalmente novas; como disse Pablo Picasso: “Tudo o que você pode imaginar é real”. No entanto, ao dar a sua resposta pessoal a uma ideia, você proporciona uma interpretação original.” Bethan Morris
E esse é o verdadeiro sentido da busca pela inspiração. Reconstruir aquilo que vemos dando a interpretação de quem somos (complexo). Frio na barriga inspira, música boa inspira, filmes de arte e de guerra inspiram, revista de carro inspira, lápis de cor inspira, vitrine, conversa de bar e tarde no museu inspiram. Ver gente na rua inspira… E muito! Blog, post do face e tweet de amigo inspiram. E por aí vai…
O segredo é fazer o exercício. Cultuar o próprio senso estético, imaginar o que colocar numa parede que está vazia, juntar peças que ficavam tão separadas no armário, buscar sensações inéditas e tudo aquilo que possa despertar um novo olhar sobre as coisas. E por que eu digo isso? Porque às vezes gastamos tanta energia pensando se somos ou não capazes de algo que optamos por deixar de colocar nossas ideias em prática. Isso, quase sempre, faz com que percamos a oportunidade de ter orgulho de nós mesmos e de saber até onde podemos chegar. E sim, a gente também precisa massagear o próprio ego. Acredite!
Só pra dar um exemplo prático, veja quantas inspirações eu tive para o mural do post anterior:
Imagens: 1 – Everything Fabulous; 2 – The house of Smiths; 3 – The curious blog; 4 – Pinterest; 5 – Under the sycamore; 6 – Thirve.
E no fim das contas, o meu não é igual ao de ninguém… ; )
Pronto, tá aí um dever de casa! Bora buscar mais inspiração pra sua vida?
Uma consideração sobre “Sobre a inspiração”