No ateliê da Dona – projeto 3 (final)

Tchan, tchan, tchan!

Finalmente! Eis que consigo terminar o projeto 3, o dos quadrinhos. Pra quem pegou o bonde andando, é possível ficar por dentro lendo aqui e aqui. Não dá pra perceber na foto, mas eles foram para o meu quarto enfeitar um dos cantos de sossego, de onde eu posso postar os textos, fazer meus desenhos, montar minhas bijous e elaborar muitas e muitas consultorias. E posso falar? Tenho adorado acordar com esse monte de colorido todos os dias.

Como você pode ver, algumas molduras receberam novas imagens. Porque né, as coisas mudam mesmo. E é provável que daqui a um tempo elas mudem novamente. Fazer o quê. Sou assim…

Mas vamos lá! A parede:

Os quadros (da esquerda para a direita da figura abaixo):

1- Mulher sentada na janela – Picasso. Adoro as cores e adoro as histórias de artistas que se inspiram nas amadas.

2- O abraço – Picasso. Bem… Se arte é o que toca, posso falar que fiquei profundamente emocionada quando vi essa pintura no Museu Picasso, em Barcelona. Tava carente? Pode ser, mas achei tão romântico… Sem contar que a cena me lembrou um texto de Martha Medeiros sobre o “beijo em pé”. Lindo, lindo!

3- Imagem sem nome – Ana Possas. Primeiro desenho de moda colorido. Bom ou não, merecia moldura. De setembro de 2009.

4- Imagem sem nome – Lucy Claydon. Download gratuito do feed your soul, que tem trabalhos lindos.

5- Essa coloridona foi xepa do casa de colorir. Nem sei de quem é, pra ser sincera, mas também adoro as cores.

6- Por último, a frase do Warhol, que eu lindamente adaptaria para a internet.

De cada país que visitei durante as férias, trouxe uma miniatura que remetesse a uma característica ou ponto turístico local. O coliseu, a torre Eiffel (que chegou quebrada, o que também é história), as casas de Amsterdã e a dançarina de flamenco. Ainda terei uma prateleira enorme cheia dessas coisas.

E assim montei a parede. Espero que tenha gostado e se inspirado a fazer uma também! Depois mostra aí!

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Sobre a inspiração

Resolvi tirar algumas letras pra falar de um assunto sobre o qual há muito eu tenho pensado e gostaria de escrever.

Queria que você soubesse que, quando eu posto qualquer dos projetos aqui, não é com a sensação de quem tivesse descoberto o fogo ou inventado a roda. Quase nada é ideia minha. Ao mesmo tempo, as coisas têm tudo de mim. E isso é o que as torna únicas.

Quando comecei o curso de desenho de moda, logo na primeira aula, a professora incentivou: “A partir de hoje, quero que vocês tenham sempre papel e caneta em mãos, para que tudo o que tocá-los possa ser registrado”. Mas completou com uma advertência: “Cuidado! Porque não há nada mais medíocre que a cópia pela cópia”.

Desde então, comecei a pensar no quão difícil é a tarefa de não copiar, sobretudo se não temos plena noção de quem somos. No entanto, descobri que tudo fica mais fácil quando fazemos um exercício diário de olhar atentamente as coisas e buscar aquilo que de fato nos brilha os olhos. Aí, deixamos de querer as cópias para ir atrás da autenticidade inspirada, adaptando aquilo de que gostamos ao que vai ficar melhor na e para a gente. É a tal da inspiração. E tamanha foi minha alegria ao ler no meu livro de desenho:

“Quando você abre os olhos para o mundo, descobre que ele tem todo o potencial para despertar sua imaginação. Não desista se descobrir que suas ideias já existem em algum outro lugar. Na verdade, poucas ideias são totalmente novas; como disse Pablo Picasso: “Tudo o que você pode imaginar é real”. No entanto, ao dar a sua resposta pessoal a uma ideia, você proporciona uma interpretação original.” Bethan Morris

E esse é o verdadeiro sentido da busca pela inspiração. Reconstruir aquilo que vemos dando a interpretação de quem somos (complexo). Frio na barriga inspira, música boa inspira, filmes de arte e de guerra inspiram, revista de carro inspira, lápis de cor inspira, vitrine, conversa de bar e tarde no museu inspiram. Ver gente na rua inspira… E muito! Blog, post do face e tweet de amigo inspiram. E por aí vai…

O segredo é fazer o exercício. Cultuar o próprio senso estético, imaginar o que colocar numa parede que está vazia, juntar peças que ficavam tão separadas no armário, buscar sensações inéditas e tudo aquilo que possa despertar um novo olhar sobre as coisas. E por que eu digo isso? Porque às vezes gastamos tanta energia pensando se somos ou não capazes de algo que optamos por deixar de colocar nossas ideias em prática. Isso, quase sempre, faz com que percamos a oportunidade de ter orgulho de nós mesmos e de saber até onde podemos chegar.  E sim, a gente também precisa massagear o próprio ego. Acredite!

Só pra dar um exemplo prático, veja quantas inspirações eu tive para o mural do post anterior:

Imagens: 1 – Everything Fabulous; 2 – The house of Smiths; 3 – The curious blog;              4 – Pinterest; 5 – Under the sycamore; 6 – Thirve.

E no fim das contas, o meu não é igual ao de ninguém… ; )

Pronto, tá aí um dever de casa! Bora buscar mais inspiração pra sua vida?

No ateliê da Dona – projeto 4

Semana de encerramentos. Amanhã, finalmente, entrego o trabalho final da pós-graduação e concluo de vez mais uma etapa da vida. Oba! Melhor que a expectativa de começar algo, é o alívio de conseguir terminar. Alguém mais pensa assim?!

Fim do drama do tcc, início de uma fase com mais tempo para o blog. \O/ Vou dar uma serenada por uns tempos e segurar a onda nos cursos. Colocar os filmes e os livros em dia, jogar mais conversa fora com as meninas, cuidar melhor do corpitcho e depois descuidar tomando mais cervejas depois do trabalho. É a vida!

Mas vamos ao que interessa: projetos decorativos. E eis um dos que mais fizeram sucesso (na casa) até hoje. O mural-varal.

Ano passado, andando pela carpintaria, descobri uma moldura de madeira dessas bem velhas, descartada depois de uma das mostras culturais do colégio. Seu João, com aquele sorriso largo, não pensou duas vezes ao me prometer a bonita, com a típica pergunta do que eu faria com ela.

Os planos eram outros. Mas sabe como é… Tudo muda até Bermuda.  Desisti de pintar a moldura e dei apenas uma lixada, assim, pra ela ficar com cara de antiga mesmo. Arrumei um grampeador potente e um rolo de sisal. Pronto! O resto foi só juntar o monte de tralhas que estava sobre a mesa e pendurar no mural-varal.

Claro que a ideia foi inspiração de tantas outras. Mas ainda essa semana faço um post sobre isso.

Ah, e outra coisa: o projeto 3 finalmente está pronto. Mas isso também é assunto pra outro post.

Vamo que vamo! Tô animada!

A casa é nova!

Das cores quentes para as frias. Um ano e meio após a tímida estreia, resolvi que a casa da Dona merecia algo novo… Se nem eu continuo na mesma casa, por que o blog continuaria o mesmo?

Troquei meu papel de parede. Mas o novo continua com um ar antiguinho, do jeito que eu gosto. É novo, também, o estofado da minha poltrona, mais escuro que o anterior.

Eu também não sou a mesma de antes. Acumulo mais dores e tristezas do que gostaria. Em compensação, aprendi a desfrutar de pequenas felicidades ao longo dos dias. Ou será que já sabia?! Aprendi mais coisas, recebi mais pessoas em minha vida e dificilmente me sinto sozinha. No fim das contas, sou de sorte, muita sorte!

Das tags, saem os óculos de grau, já que meu astigmatismo retrocedeu. Entram os cochilos fora de hora, o molho pesto, o sorvete de pistache, o açaí com morango e o Facebook (vício cruel).  As músicas continuam muitas. Repertório que só aumenta.

Também permanece o drama, apesar de ter colocado um pouco mais de racionalidade nas coisas. E a vontade de falar? Essa só aumenta.

Algumas coisas nunca mudam. A xícara de café, por exemplo. Além de vício, café me inspira a aconchego e conforto. Com uma xícara de café nas mãos, sinto que os problemas se esvaem e uma vozinha no meu ouvido diz: “não se preocupe, tudo vai ficar bem”.

Os planos são muitos. As vontades também. E é como uma nova fase que começa, cheia de possibilidades…

Então… Entre e fique à vontade. A casa também é sua!

Beijo da Dona!

A mulher poderosa

No último fim de semana, tomada por uma decepção amorosa daquelas, uma das companheiras de república resolveu “mudar”. Ao visitá-la no quarto, ela mostrou um livro desses de autoajuda, ilustrado com uma bota na capa, se eu bem me lembro, e com um título que dizia um pouco mais, mas tinha no meio ou no final o termo “mulher poderosa”.

E agora, em qualquer conversa, eu sempre ouço: “não, amiga, a mulher poderosa não faz isso”, ou “a mulher poderosa não tem esse tipo de pensamento”. “Agora sou a mulher poderosa”. O termo tem sido tão pronunciado que, quando eu ouço, já começo a rir. E fico pensando nessas fórmulas fáceis que alguns(as) autores(as) encontram para ganhar dinheiro com esse tipo de literatura.

Mas o fato em si me fez pensar e perder o sono. Então, recordando as mulheres da minha vida, cheguei à conclusão de que, com livro ou não, eu só conheço “mulher poderosa”.

A começar pela minha mãe, que até sei lá que idade dividia a cama de solteiro com o irmão e que passou a adolescência vendendo frutas no balaio e arrumando os armários das tias por alguns trocados. Hoje, tem três filhos criados, e bem criados, diga-se de passagem. Fomos despachados de casa aos 18 para estudar, não engravidamos, não nos viciamos em drogas e sempre tomamos conta do nosso copinho de bebidas na balada.  Cada um segue sua vida do jeito que escolheu. Quer poder maior que esse? Saber que há três crias bem educadas e bem resolvidas por sua conta?

Outra poderosa é a minha chefe, a diretora do Colégio onde trabalho. E ela é tão poderosa que, em agosto do ano passado, foi encarregada de dirigir a unidade do Rio em conjunto com a de BH, até que as coisas se resolvessem por lá. E imagine o que é passar seis meses em ponte aérea, ficando dois dias úteis aqui e três fora.  Nada fácil, ainda mais quando se tem mais de 60. Só com muito poder.

A Naelza, que limpa minha sala, é poderosíssima. Ninguém consegue deixar tudo tão cheiroso quanto ela. Impecável. Quando sai de férias, fico louca. Sem contar o café vespertino que faz com que a cozinha esteja lotada todos os dias às 14h em ponto. É poder demais.

Minhas amigas são T-O-D-A-S poderosas. Está cada uma em um lugar diferente. Mulheres que não tiveram medo de se jogar nesse mundão, de correr atrás dos sonhos, de arcar com a distância da família, de buscar a felicidade que não tem receita. Ovelhas desgarradas e independentes. Haja poder…

E aí vêm esses livros que, no final das contas, só fazem deixar as mulheres mais reféns do sexo oposto, 100% racionais, quase com uma lobotomia reversa. Neles, é possível encontrar frases de todo tipo. A mulher poderosa não transa na primeira noite. E quando transa, consegue ser indiferente. A mulher poderosa não demonstra afeto, não chora de amor e não fica esperando ligação. A mulher poderosa sabe conquistar um homem, porque o segredo é não correr atrás. A mulher poderosa faz isso, aquilo e aquilo outro… Ora bolas, que mulher poderosa precisa ler essas baboseiras? Diz aí?

Estamos há tanto tempo lutando por liberdade, respeito e reconhecimento e de repente chegam esses manuais tentando uniformizar comportamentos que tanto quisemos que fossem individuais, opcionais e por conta própria. Não há fórmulas prontas, receitas de bolo nem nada que seja capaz de deixar uma mulher tão poderosa quanto o seu direito de escolha. E isso inclui tombos, choros, frustração porque aquele emprego não deu certo, decepção com aquele cara que parecia ser finalmente o tal “big one”, aceitação de que maternidade, hoje em dia, é vocação, e mais inúmeras coisas pelas quais faz parte da vida pagar o preço.  E só pra concluir, convenhamos, em tempos de best sellers vazios, poderosa de verdade, só aquela que consegue ser ela mesma, né não?!

E eu conheço muitas, ainda bem!

A todas as poderosas que passam por aqui, um feliz Dia Internacional da Mulher!

Portfólio na parede!

Dos remanescentes de 2011!

Ainda na vibe decorativa (e que não vai acabar tão cedo). Estou aproveitando o ano sem aulas pra colocar os projetinhos em dia. E é tão bom ver tudo ficando do jeito da Dona…

Agora, espero engrenar de vez nos posts. ; )

No início do ano passado, eu ganhei uma sala recém-reformada para o novo setor oficialmente instituído no Colégio: a Comunicação. Junto à sala, a responsabilidade de deixá-la de um jeito que fizesse jus ao que seria mais um dos espaços criativos da escola.

Uma das dificuldades, porém, estava no fato da sala ter sido toda reformada com azulejos enormes de cerâmica (nem sei se é assim que fala), o que impossibilitou a elaboração de qualquer coisa diretamente nas paredes.  Pedro e eu, então, pensamos que a melhor forma de deixar o ambiente mais alegre seria expondo as peças que fizemos durante o ano anterior. Assim, um portfólio de material gráfico, já que tínhamos as peças, e que também deixasse o ambiente mais leve. Até porque, ali nós recebemos desde os pititicos de 2 anos aos marmanjos de 18. Sem contar professores, funcionários, irmãs, fornecedores… Enfim!

Medimos daqui, dali e de lá. E o resultado foi mais ou menos esse:

o ideal:

o real (com algumas peças atualizadas):

As molduras não são exatamente as que queríamos e os vidros não chegaram antirreflexo, mas a coisa toda demorou tanto a ficar pronta que achamos tudo muito bom. Seu João e eu demos uma desafinada na hora dos pregos, que só podiam ser nos rejuntes, mas tá valendo! E a sala caminha pra alegria!