Latinidade

O último fim de semana foi especial. Recebi a visita de Dona Lourdinha, minha mãe, que veio para a capital conhecer a Feira Nacional de Artesanato. Batemos perna à vontade, vimos dança de índio, ouvimos música latina e revivemos nossos tempos de inseparáveis. Saudade! É impressionante como o tempo voa quando se está em boa companhia.

Falando da Feira, tinha tapete pra quem gosta de sala, quadro pra quem gosta de enfeite, oficina pra quem gosta de técnica, agência pra quem gosta de viagem, panela pra quem gosta de cozinha, música pra quem gosta de som e de tudo pra quem gosta de arte, de artesanato.

E assim foi… Em pouco tempo, passamos por Piauí, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e mais todos os estados desse Brasilsão de meu Deus. Ainda tivemos uma provinha cultural de vários países latino-americanos. Cosas muy buenas!

Momentos Feira

Promovida pelo Instituto Centro Cape/Mãos do Mundo, a 21ª Feira Nacional de Artesanato reuniu trabalhos de artesãos de todas as regiões do Brasil e de pelo menos 16 países. O evento foi realizado entre os dias 23 e 28 de novembro, homenageando a cultura latina.

Comprinhas Feira

Algumas lembranças espertas:

1 – chás calmantes de Campo Largo/PR
2 – agenda/livro de história da arte de Novo Hamburgo/RS
3 – licor de cachaça e geleia de pimenta de Ouro Preto/MG (hehe, eu sei que essa nem vale)

Obs.: as imagens são metade do amarelo de um quarto com luz mais que pé de chinelo!

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Eu me apaixonei pela moda, mas o meu amor é o estilo! – parte II

Bem, devo continuar da parte em que eu disse que comecei a ler tudo sobre moda (aqui). Pois é, e comecei mesmo. Sentia aquela loucura desconcertante de início de paixão. Fiz muito projetos, tive muitas ideias e falei muito sobre o assunto.

No meio do caminho, porém, as coisas foram mudando. E, assim como na maioria das paixões, logo veio a desilusão. E por quê?

Porque nunca entendi muito bem as pessoas que usam tachas no inverno e flores no verão; porque acho que comprar um esmalte por semana é anti-sustentável; porque se de repente me desse na telha comprar uma bolsa das “de revista”, eu provavelmente teria que dividi-la em pedacinhos para comê-la durante o mês; porque a palavra “tendência” não me agrada: uma corrente que vai levando todo mundo que pensa que está sendo diferente (rima pobre), ou não?! E ainda há muitos porquês…

Mas nada de teoria da indústria cultural agora. Meu objetivo não é ser apocalíptica! Tampouco causar polêmicas. Adoro ler revistas, livros e blogs de moda, ver looks do dia e unhas da semana. São ótimos meios de distração quando se está no intervalo do trabalho ou num “qual o quê” na internet ou em casa. E não dá pra negar que inspiram, não é mesmo?! O que quero dizer é que, profissionalmente falando, essa não é a minha praia.

Quando cheguei a tal conclusão, já tinha me matriculado no curso de Consultoria de Imagem – Personal Stylist. Comecei o ano bem desanimada a fazê-lo, com um medo tremendo de ser “mais do mesmo” que eu já não queria. E eis que, então, tive a surpresa…

Continua…

moda

*Imagem reproduzida

Eu ouvi: Frank Sinatra

Imagine um salão de festas de hotel. As cadeiras já em cima das mesas, o garçom sonolento aguardando um hóspede que, com um copo de whisky em uma das mãos e um cigarro na outra, insiste em ouvir o pianista tocar as últimas notas. Tudo porque está deprimido, acabou de romper com sua amada: a atriz Ava Gardner, no caso. Cena de cinema não é?! Pois então, esse é o cenário que o álbum “In The Wee Small Hours”(1955), de Frank Sinatra, sugere.

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*Imagem reproduzida.

Não é à toa que o disco foi eleito um dos melhores sobre o tema “separação”. Desiludido, Sinatra chega a cantar que o “amor é um parque de diversões”. Ouvindo o disco, é fácil perceber que, 55 anos depois, os rompimentos das relações amorosas continuam acontecendo mais ou menos do mesmo jeito. Isso ele canta em “Can’t We Be Friends”, quando diz algo do tipo: “você acha que encontrou a mulher da sua vida, quando de repente ela se vira e pergunta a você: não podemos ser apenas amigos?” É de arrasar, não?!

Recomendo!

Eu me apaixonei pela moda, mas o meu amor é o estilo! – parte I

“Ela sempre gostou de moda. Desde pequena, sabia que era isso que queria para sua vida”. Essa frase, tão comum em aberturas de matérias sobre personalidades da área, definitivamente não é a que marca a minha história com a moda.

Nunca fui uma criança-estilista-prodígio. Passei parte da infância usando botinhas ortopédicas, rasgava todas as minhas meias-calças com tombos inimagináveis e o único contato com a vaidade, do qual não me lembro, foi aos 2 anos de idade, quando minha mãe me fez a proposta de trocar o bico (ou a chupeta) por um estojo de maquiagem. Imaginou?!

Na adolescência a coisa mudou um pouco de figura. Mas nada que saísse dos padrões das meninas da minha idade. Tive brinco grande, saia plissada, bota de cano alto, mecha no cabelo e mais algumas coisas que fazem a gente morrer de rir quando olha as fotos antigas.

Só uma coisa era certa, herdei da minha mãe (que herdou da minha avó, costureira), a habilidade de trabalhar com as mãos. Sempre gostei de coisas do tipo “faça você mesma”. E também sempre gostei de ganhar dinheiro com elas. Foi assim que, por acaso, durante a época de faculdade (ê Viçosa), eu me tornei bijouterista*.

Fazia peças para as amigas, para as amigas das amigas, para a mãe das amigas, para as colegas, para as vizinhas e assim por diante… Depois da formatura, o hobby-emprego acabou, mas o gosto pela coisa continuou.

Então eu me mudei pra BH. E quis saber um pouco além do que as revistas me mostravam. Assim fiz o curso de Desenho de Moda. E comecei a ler freneticamente sobre moda, a ver programas de TV, a assistir a filmes e a seguir diariamente dezenas de blogs. Tudo sobre moda…

Ops… Limite de caracteres atingido!

Continua…

*bijouterista = pessoa que faz bijouterias ou bijuterias. O “o” não difere em muita coisa, rs

infância

Porque eu sou da época dos disquetes…

Enquanto as novas mídias dominam o mundo, as velhas viram… Entulho? De jeito nenhum! Pelo menos para o britânico Nick Gentry, que transforma disquetes, fitas, VHS, polaróides e cassetes em sustentáveis retratos-obras-de-arte. Em seu trabalho, o artista procura representar as formas de integração do homem com a tecnologia, utilizando-se de mídias obsoletas para também comentar a cultura do desperdício.

Nick Gentry

E quer saber a parte mais legal? Ele aceita doações!

“Se você tem alguns discos antigos, disquetes, fitas VHS ou apenas lixo fresco, sinta-se livre para enviá-los a mim. Eu tento usar objetos que tenham chegado ao fim de sua vida útil antes de procurar por novos materiais. Talvez seu material pudesse estar em uma galeria em vez de um aterro sanitário. Sua doação seria muito apreciada, e eu sempre tento retribuir o favor.”NG

Quem se habilita? O endereço está aqui!

Para ouvir antes de morrer!

De compras, supermercado, e-mails, afazeres, telefones, desejos, lugares… Ninguém escapa das listas. Minha pouca memória fez com que eu aderisse a elas um pouco cedo, mas no final das contas tomei gosto. E tomei mais gosto ainda quando percebi que, mais legal do que elaborar uma lista de qualquer coisa, era marcar um OK a cada item concluído. O feito!

Na semana passada minha irmã me presenteou com uma lista grande, de 1001 itens, ou melhor, 1001 discos para ouvir antes de morrer. Lançada em 2005, a lista compõe um livro elaborado por 90 jornalistas e críticos de músicas internacionalmente reconhecidos (é o que diz na contracapa).

Mas não é só isso. Essa lista tem uma vantagem: possui mais de 900 imagens e contextualiza os discos historicamente. Assim, é possível mergulhar na história de músicas que, desde os anos 50, vêm sendo reproduzidas nos LPs, cassetes, CDs, mp3 e por aí vai…

Agora, meu desafio é ouvir ao menos 1 disco por semana. Se eu conseguir, tudo indica que em 17 anos e alguns meses eu termino tudo. Vai demorar? Ah, que nada! Morrer não está na minha lista pelo menos durante os próximos 70 anos. Começando do item nº 1, meu primeiro álbum é de Frank Sinatra. Mas calma! Semana que vem eu conto!

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