Segunda se tornara o melhor dia da semana, pois agora era sua lei, era dia de escrever. Escrevia às segundas, publicava às terças e passava os outros dias memorizando as palavras seguintes, rascunhando aqui e ali daquele jeito desorganizado que tinha. E funcionava.
Mas naquela foi diferente. Iniciava uma frase, apagava. Balbuciava outra, silenciava.
A TPM, o frio, o domingo das mães não passado em casa, as roupas molhadas aguardando o varal, as contas de casa que não fechavam. Tudo lhe roubava a concentração e o desejo.
Decidiu, então, parar um minuto. Abriu o armário, pegou 300 mL de leite e duas colheres do chocolate em pó comprado para momentos de emergência. Lembrou-se ainda do amido de milho, já quase vencido, e do leite condensado daquele mítico bolo de cenoura. Não era preciso mais.
Dissolveu a maizena primeiro e pôs assim, tudo em fogo brando, aguardando a fervura de que tanto gostava. Não demorou. Sentiu o primeiro gole arder a garganta. Acontece! Salpicou canela e ficou ali, debaixo do cobertor, esperando o abajur acender-lhe também a imaginação. Até que o texto saiu.
Sua inspiração naquele dia, veja que indecente, viera de um chocolate quente! 😉
Então essa é a receita para a inspiração?..rs
Na segunda foi, Pedro.
Texto poético e lindo! Parabéns, amídia!!!
Que bom que gostou, amídia! Obrigada!
Adorei Ana!!! ❤
Que bom Bruninha! Obrigada por seu comentário! 🙂