Depois de me decidir por Malta, eu tinha então uma missão: saber mais sobre o país. Como não queria viajar sem a mínima noção do que encontraria, iniciei uma pesquisa de blogs e sites com informações úteis, como o Brasileiros em Malta. Mas o mais legal é que, enquanto pensava no post, cheguei à conclusão de que meu roteiro, na verdade, foi quase todo traçado pelos próprios malteses.
O texto ficaria ainda maior se eu falasse de todos os lugares de que gostaria, mas consegui selecionar 10 pontos turísticos que visitei e recomendaria.
Logo no primeiro dia, enquanto aguardava para fazer minha carteirinha de estudante, perguntei ao recepcionista da escola, um senhor simpático, sobre qual lugar ele recomendaria que eu conhecesse primeiro. *João disse sem pestanejar: vá até a Mdina, a antiga capital de Malta. E se for até Mdina, vá até Fontanella e peça por um pedaço de torta de chocolate.
1º Mdina: a antiga capital maltesa
O dia estava ensolarado, mas frio. Muito frio. Me lembro da empolgação de esperar pelo ônibus e da alegria de observar a vista até chegar à cidade de arquitetura medieval e barroca. De caminhar por suas ruazinhas silenciosas, ouvir os paços dos cavalos circulando por lá e me sentir viajando no tempo. De fotografar as janelas e perguntar pela torta de chocolate mais famosa do mundo.

Definitivamente, se você for até Mdina, vá até Fontanella e peça pela torta de chocolate.
Foi no caminho de volta que vi uma das imagens mais lindas que tenho da cidade. A que eu via nas fotos e achava surreal. A que eu queria contemplar no 2º dia. Era Valletta, vista de Sliema.

2º Sliema
Malta possui uma característica incomum. Suas cidades estão para o país assim como os bairros estão para nossas cidades. E elas são estranhamente diferentes.
Sliema, por exemplo, é onde se concentram os mais aconchegantes cafés e a maior parte do comércio maltês. Também é de onde saem os ferries para Valletta, caso os turistas/malteses optem por esse tipo de transporte. Tem um pôr-do-sol lindo e uma orla que abriga muitos barcos de passeio.

3º Valletta: a capital
Eu perguntei à Rosette, minha professora que lugar ela recomendaria para o 3º dia na Ilhota. Ela indicou Valletta, a capital. É onde fica o bus teminus com todas as linhas de ônibus que conectam as demais cidades maltesas. Em 1980, Valletta recebeu da Unesco o título de Patrimônio Cultural da Humanidade e atualmente figura na lista dos 10 lugares para se conhecer em 2015 da Lonely Planet. Suas três ruas principais nos levam a pontos turísticos como o Teatro Manoel, a Catedral de São João, a Biblioteca Pública, entre outros.Não sei explicar o motivo, mas sua energia é diferente de todos os outros lugares.

4º Malta National Aquarium – Bugibba
Enquanto esperava o ônibus para Valletta, eu conheci *Pablo. Ficamos conversando durante algum tempo até que a inevitável pergunta de aonde ir saiu. Ele me sugeriu o aquário nacional, na cidade de Bugibba. Assim, tirei o quarto dia para conhecer um pouco da fauna aquática mediterrânea. Foi minha primeira vez em um aquário de água salgada.

5º Open Market – Marsaxlokk
Nas manhãs de domingo, um grande mercado ao ar livre concentra boa parte dos turistas em Marsaxlokk, uma antiga vila de pescadores onde é possível encontrar desde peixes e frutos do mar frescos a produtos da China. Também é um ótimo lugar para um almoço de domingo, com muitos restaurantes que fazem na hora o peixe do dia.

6º Malta at War Museum – Vittoriosa
*Constância, a dona de um restaurante em que havíamos almoçado no primeiro sábado, anotou em um papelzinho que deveríamos ir a Vittoriosa, umas das três cidades cercadas pelas linhas de fortificação de Cottonera, integrante da parte urbana mais antiga de Malta. Foi lá que visitei um dos 4 museus da guerra do país. E foi lá que enfrentei minha claustrofobia para adentrar um agoniante refúgio subterrâneo da 2ª Guerra Mundial. A experiência foi surreal.


7º Popeye Village/Anchor Bay – Mellieha
Dos poucos lugares que fui por minha própria recomendação. Popeye Village é uma cidade cenográfica construída ao final dos anos 70 para as gravações do filme Popeye, interpretado por Robin Williams. As 19 casinhas de madeira foram transformadas em parque e hoje oferecem diversas opões de entretenimento aos seus visitantes. Vez ou outra aparece na lista dos 10 vilarejos para se conhecer ao redor do mundo. É realmente uma fofura. E a praia é linda.


8º Hagar Qim e Manajdra Temples
A dica foi do Carmelo, que conheci no ônibus enquanto voltava de Vittoriosa. 500 metros separam os dois templos, cada qual um grupo monumental de construções megalíticas de pelo menos 5000 anos atrás, as mais antigas do mundo.

9º Azure Window – Gozo e Blue Lagoon – Comino
Sugestão 2 em 1 para um final de semana. Gozo é a 2ª maior ilha do arquipélago e também abriga uma variedade de atrações como praias, museus e templos. Tem até um Cristo Redentor. Um de seus principais pontos turísticos é a Azure Window, ou janela azul. Trata-se de uma formação rochosa que tende a se deteriorar dentro de alguns anos por causa do desgaste provocado pelo oceano. É uma coisa linda de viver!


Ao lado de Gozo está Comino, a terceira e última ilha visitável do arquipélago (as outras duas são inexploradas). Exceto por um complexo hoteleiro, Comino é praticamente desabitada. Sua fama, no entanto, é inversamente proporcional ao número de moradores. Dizem que a “Lagoa Azul” foi cenário daquele filme de mesmo nome que a gente já assistiu umas 20 vezes.



10º Crafts Village
Por último, mas não menos importante, recomendaria a Crafts Village. Uma amante de artesanato que nem eu não poderia deixar de visitar a vila que concentra a maior parte dos artesãos e do artesanato maltês, com muitas lojinhas simpáticas de souvenir. Confesso que foi um dos meus lugares favoritos, em um dia do qual me lembro com muita clareza. Era minha última semana e eu estava triste de ter que vir embora. Não é difícil entender o porquê, né?!


…
Ufa! Falei demais. Prometo que só tem mais um post da saga. Depois eu volto a falar de outras coisas 😉
*Eu não me lembro de todos os nomes. Por isso, alguns foram inventados de acordo com minha memória fotográfica.