Porque post com trilha sonora é mais legal!
Assim como todas as pessoas que conheço, também tenho paixão por viajar. Faço menos do que gostaria, admito, sem reclamar, no entanto. É que às vezes o universo nos pede raízes durante um tempo, seja para concluir aquele curso bacana ou ser suporte de pessoas queridas em momentos difíceis. Faz parte de ser livre escolher ficar. E como ficar é o que tem pra hoje, a gente olha pra trás e revive o que já foi enquanto planeja as próximas aventuras.
Uma das atividades a que me propus nesta nova temporada do Dona Drama foi escrever relatos de viagens antigas, com lembranças quentinhas que pretendo registrar para contar às pessoas, aos filhos e aos netos “daquela vez em que vivi isso ou aquilo”. Para tanto, resolvi explorar meu alterego jornalista de turismo e traduzir as memórias em textos que também possam, de alguma forma, ser úteis a quem arriscar seguir os mesmos destinos. Sendo assim, convido você a reviajar comigo e sentir de novo o friozinho na barriga que é tão gostoso diante de uma experiência nova.
Vamos?
…
Para inaugurar a categoria, reuni uma série de dicas sobre a minha última viagem, em agosto. Fabio e eu decidimos aproveitar o feriado do dia 15 para cumprir mais uma etapa do nosso projeto “Desbrava Minas”, intitulado neste momento. O destino da vez foi Carrancas, uma pequena cidade localizada a 286 km de BH, pela Fernão Dias.
Quem se arrisca a andarilhar pelo interior de Minas não tem dúvidas do que encontrar: contadores de histórias com prosa das boas, comida gostosa de fogão à lenha e café sempre coado na hora. Assovio de todo tipo de passarinho e, claro, paisagens montanhosas escondedoras de diversas belezas naturais. Carrancas não é diferente. A cidadezinha tímida, com seus 4 mil habitantes e 66 anos de emancipação, revela um entorno de mais de 60 atrações ecológicas entre cachoeiras, escorregadores, poços, grutas, montanhas, serras e quedas d’água.

Pode ser que você nunca tenha ouvido falar do lugar, mas certamente já viu algum de seus cenários em uma telenovela ou seriado. Atualmente a região está em evidência depois de ser vista em algumas tomadas de Império. Sim, minha gente, é a Serra da Paz, em Carrancas, a intérprete escolhida para viver o Monte Roraima no folhetim das 21h.

Breve história:
Fundada em meio ao ciclo do ouro, no século XVIII, a cidade nasceu da perspectiva de exploração aurífera e da boa terra para a agropecuária, integrando o circuito Estrada Real. O nome Carrancas faz referência a duas caras grandes e feias, formadas por rochas grandes associadas ao formato que a serra foi adquirindo com as escavações do garimpo. Você pode saber um pouco mais pelo site: http://www.carrancas.com.br.

Aonde ir:
Dois dias e meio é pouco para quem quer conhecer todas as atrações, mas foi suficiente para percorrermos alguns pontos principais e aproveitar o que a cidade oferece também em termos de culinária. Eu gostei bastante dos lugares que conhecemos e, claro, são os que eu recomendaria para os iniciantes, como a gente.
Os complexos:
De cada lado da Igreja Matriz há uma rua que conduz às estradas para dois complexos de águas distintos. Para quem está chegando na cidade, subir pelo lado esquerdo levará ao Complexo da Zilda, ao passo que subir pelo direito levará ao Complexo da Fumaça. Ambos estão a alguns quilômetros de estrada de terra do centro.


O poço:
Em nosso último dia, encontrar o Poço do Coração era uma questão de honra. Nada que 20 minutinhos de persistência na trilha não resolvessem. Valeu a pena? Sim, sim, muito a pena.

Onde comer:
Restaurante Mirante Serra Verde: Além de uma comida deliciosa, o lugar reserva uma das melhoras vistas para um pôr do sol inspirador.

Restaurante Adobe: Fica no centro da cidade e tem uma decoração linda, bem mineira mesmo. Fiquei apaixonada pelos piscas envolvidos em tulipas de crochê.

Massaroca Bistrô. Também no centro da cidade e com uma decoração e comida maravilhosas. Diz a moça – de quem não lembro o nome – que cada parede lá tem uma história. Infelizmente, não tivemos tempo de ouvi-las, mas fica para a próxima.



Nossa orientação, apenas, foi para ficarmos atentos aos horários porque dificilmente encontraríamos algo aberto depois das 22h.
Onde ficar:
Em nossas viagens, sempre optamos pela hospedagem em chalés. Depois de muito perambular em sites afora, encontramos a pousada Mahayana, com um chalé de dois andares bem lindo e a diária justíssima de R$140,00 o casal, com café da manhã. Olha só o local!

Destaque para a geleia de morango artesanal do café da manhã. Fomos atrás dela em uma das padarias da cidade, mas estava esgotada 😦

O que levar:
– Repelente, agasalho, protetor solar, bicicleta (se for sua praia), lanche pra trilha (se quiser economizar).
É muito caro?
Olha, essa questão é relativa, mas como eu sempre gosto de ter uma estimativa de quanto levar em viagens, digo que, considerando almoço e jantar, você gastará em torno de R$80,00 por dia, fora a diária. Os preços das refeições estavam bem similares aos de alguns restaurantes em BH. Creio que o turismo ocasionado pela novela também tenha sido responsável pelo aumento deles.
É pra quem procura paz
Ainda que não tanto quanto a vizinha São Thomé das Letras, é impossível negar a pegada mística que Carrancas tem. O lugar inspira reflexão e tranquilidade e é daqueles refúgios que nos entristecem na hora de deixá-los.

O que mais gosto do interior é o silêncio. É um silêncio diferente, calmante, impossível de encontrar na capital. Eu me sinto muito feliz quando estou num desses lugares e posso ouvir meus pensamentos com clareza, limpar meu coração dos sentimentos destrutivos e me revigorar para aguentar o tranco até a próxima viagem. Sou bem da terra. E o contato com ela me enche de vitalidade.

A viagem também foi importante porque foi a primeira desde que perdemos o pai do Fabio, em abril. Aquele momento de a gente se reconectar um com o outro e voltar a ter os milhões de planos de sempre. Voltamos felizes!
…
Bem, acho que é isso. Não consegui ser muito sucinta, mas espero que tenha ficado completinho. Qualquer coisa, é só tirar as dúvidas pelos comentários. Eu vou adorar responder. E se por acaso você se animar a conhecer a cidade, volta aqui pra contar, combinado?!
Até a próxima!
p.s. O post não é um publieditorial. Não recebi nadinha para falar de quaisquer lugares acima. Tudo percepção pessoal, mesmo.
Muito bom!